Segundo matéria publicada pelo Valor Econômico, com perdas similares a 2021, as operadoras estão mais rigorosas na aprovação de procedimentos médicos e sendo mais duras nas negociações a respeito de reajustes e pagamentos aos hospitais.
Para entender o cenário atual, primeiro precisamos ter em mente que, devido à pandemia, muitos procedimentos médicos foram suspensos ou adiados, gerando uma queda enorme nas receitas de clínicas e hospitais. Porém, hoje, com a retomada desses procedimentos, somados ao surgimento de sequelas de covid, novas variantes da doença e o aumento de casos, as operadoras não estão conseguindo dar conta dos gastos.
Como forma de controlar esse problema, as operadoras estão segurando procedimentos e liberações que podiam ser postergados, além de uma política mais rigorosa na aprovação de intervenções médicas, maiores prazos de pagamentos e pressões acerca dos reajustes junto aos hospitais. Antônio Benjamin Neto, presidente do grupo de hospitais Kora, reforça as contramedidas: “demos algum tipo de flexibilidade [às operadoras], às vezes postergando o reajuste [dos procedimentos] em um ou dois meses. Por outras vezes, prorrogamos prazos de pagamento entre 10 e 15 dias.”
O setor de saúde brasileiro enfrenta um período muito difícil desde a chegada da pandemia e, de acordo com Leandro Bastos, analista do Citi: “após dois anos sem reajuste, as operadoras aumentaram seus preços, mas a base de custo do setor ainda está muito pressionada. Ainda assim, é possível que o quarto trimestre de 2022 seja positivo para as operadoras de planos de saúde, já que estamos falando de um período com menos dias úteis, recesso e férias.